Vicariato Episcopal Norte




quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Em que consiste a Animação Bíblica de Pastoral? Como é possível organizá-la e implementá-la?


Katiuska Cáceres Pavez

I. A ANIMAÇÃO BÍBLÍCA DA PASTORAL NA VERBUM DOMINI
1. Vida pastoral e Palavra de Deus
1.1 A animação bíblica da pastoral do Povo de Deus
A- Um pouco de história...
B- De tal eclesiologia, tal pastoral
C- Identidade da Animação bíblica da pastoral (ou ABP)
1.2 Formação dos cristãos e Palavra de De

II. COMO ORGANIZAR A ABP NA VIDA E NA MISSÃO DA IGREJA?
1. As estruturas pastorais da Igreja.
2. Estratégias para a implementação da ABP nas estruturas pastorais da

III. COMO IMPLEMENTAR A ABP NA VIDA E NA MISSÃO DA IGREJA?
1.1 Compreender o desafio da ABP à luz da experiência eclesial.
1.2 Descobrir organicamente as instâncias para ABP a partir do contexto sociocultural no qual estamos situados.
1.3 Definir algumas tarefas da ABP segundo o modelo que nos é apresentado pelas OOPPABP.
1.4 Desenvolver um exercício de Lectio divina e partilhá-lo com outras equipes pastorais.
1. 5 Elaborar um plano de trabalho para a ABP.Como


I. A ANIMAÇÃO BÍBLICA DA PASTORAL NA VERBUM DOMINI
(Segunda parte nºs 50-89)

Visão de conjunto

A segunda parte da Exortação Verbum Domini, intitulada Verbum in Ecclesia ou “A Palavra na Igreja”, subdivide-se – por sua vez – em três partes: “A Palavra de Deus e a Igreja” (n. 50-51), “A liturgia, lugar privilegiado da Palavra de Deus” (n. 52-71) e “A Palavra de Deus na vida eclesial”.
Duas visões complementam-se: a Palavra de Deus é vista no seio da Igreja e nas suas celebrações de fé (a Liturgia) e, logo, vê-se o que a Igreja está chamada a fazer para servir aos discípulos de Jesus com a Palavra de Deus (a Pastoral dos cristãos).
Na Palavra de Deus e vida eclesial (n. 72-89) destaca-se o da animação bíblica da pastoral do povo de Deus, a formação bíblica dos cristãos, a centralidade da Palavra para a vida na fidelidade das vocações específicas (sacerdotes, consagrados, leigos, matrimônios e famílias) e a leitura orante da Sagrada escritura ou Lectio divina, a qual se dedicam dois números (n. 86-87).
Dessa segunda parte da Verbum Domini (n. 50-89), direcionamos nosso olhar na animação bíblica da pastoral do povo de Deus (n. 73), a formação bíblica dos cristãos (n. 75) e a Lectio divina (n. 86-87)

1. Vida pastoral e Palavra de Deus
1.1- A animação bíblica da pastoral do Povo  

A-     Um pouco de história

No início do século XX, antes da Constituição Dei Verbum do ano 1965, estava desenvolvendo-se o chamado movimento bíblico católico, que em sua origem foi uma iniciativa mais carismática que institucional, e que buscava responder sobretudo a três desafios:
a- Distribuir a Bíblia.
b- Apresentar a mensagem divina, para a qual insistia-se no sentido religioso do sagrado.
c- Valorizar a interpretação da Sagra Escritura praticada pelos Padres da Igreja.

Sob o amparo deste movimento bíblico surgiam escolas bíblicas, círculos bíblios, as “histórias sagradas”, dicionários e revistas bíblicas..., cada vez mais a serviço do povo fiel. A tarefa nem sempre foi fácil. Muitos fieis leigos e pastores olhavam com receio este empenho, pois o emprego e estudo das Escrituras era tido como patrimonio das igrejas protestantes e evangélicas.
A celebração do Concílio Ecumênico Vaticano II e Constituições como a Dei Verbum[1] e Sacrosanctum Concilium[2] assumem os caminhos que já estavam abrindo-se em relação à função da Bíblica na Igreja, a ponto que a intensidade e qualidade do impulso que abriu a Dei Verbum fez com que se passasse do “movimento bíblico” à “pastotal bíblia” ou “apostolado bíblico”.
Por apostolado bíblico ou pastoral bíblica entendiam-se aquelas atividades pastorais que tem por finalidade “fazer conhecer a Bíblia como Palavra de Deus e fonte de vida”; falamos, portanto, de todas aquelas iniciativas que possuem por objeto “a Bíblia” como, por exemplo, “formação de grupos bíblicos, conferências sobre a Bíblia, semanas bíblicas, publicação de revistas e livros, etc.”[3]. A pastoral bíblica, pois, é a “pastoral que se ocupa da Bíblia”; difundir e torná-la conhecida é sua finalidade. Os progressos na pastoral bíblica foram notáveis, suscitando-se por toda parte, novas e enriquecedoras iniciativas que favoreciam a leitura crente da Sagrada Escritura e a formação de grupos e círculos centrados nela.
 Aqueles eram tempos em que se procuravam pastorais diversificadas para atender os diversos campos de evangelização da Igreja e, nesse conjunto, inseria-se a “pastoral bíblica”. Com uma pastoral a mais, na pastoral de conjunto, a pastoral bíblica, não demonstrava que a Palavra de Deus, que a Bíblia contém a alma da evangelização como pedia o Concílio Ecumênico Vaticano II: que toda “a pregação da Igreja, como toda a religião cristã” alimente-se e reja-se pela Escritura[4].
 Por essa e outras razões, nos vários episcopados latino-americanos e publicações eclesiais como no Documento de Aparecida (n. 248), a pastoral bíblica apresenta-se de modo diverso: como animação bíblica da pastoral do Povo de Deus, perspectiva que assume a Verbum Domini. E não se trata somente de uma mudança de nome ou de uma ênfase sem maior importância, senão, de uma mudança de mentalidade em ordem a animar o discipulado missionário e o serviço da Igreja ao mundo.

B-    Como a Eclesiologia, tal a Pastoral
A eclesiologia subjacente à pastoral de cristandade é a de “povo de Deus” de antes do Concílio Ecumênico Vaticano II, caracterizada por um notável “eclesiocentrismo”, derivado da concepção da Igreja como “corpo místico de Cristo”. Essa eclesiologia sustentava que a Igreja, entre tantas sociedades e nações, é a “sociedade perfeita” nesta terra, e as características que se enfatizavam eram as jurídicas “em detrimento de uma concepção histórica e sacramental”[5]. Produto dessa eclesiologia de concepção piramidal era uma pastoral cujos protagonistas são os que receberam o sacramento da ordem a quem o povo fiel tem que escutar e obedecer. Sem dúvida, que assim como tinha alguns valores, também tinha debilidades[6].
Os Bispos em Aparecida nos pedem para instaurar uma pastoral orgânica “renovada e vigorosa” que sirva “melhor às necessidades dos fieis”[7], procurando “uma resposta consciente e eficaz” às exigências do mundo de hoje[8]. Essa pastoral, por certo, deve sustentar-se na eclesiologia do Concílio Ecumênico Vaticano II que tem por modelo o Mistério trinitário e, numa mais profunda compreensão do ensinamento paulino sobre a Igreja, Corpo de Cristo, de quem – como Cabeça do Corpo – provém sua vitalidade e fecundidade. Desse modo fica mais claro que a Igreja, ícone da Trindade, é a comunhão de discípulos missionários, com ministérios e carisma, ao serviço de sua Cabeça e do mundo, na qual e mediante a qual o Espírito faz contemporânea a boa nova do Reino.
Nessa Igreja existe uma igualdade substancial e vocação de seus membros ao discipulado missionário e santidade de vida, e a evangelização é entendida como responsabilidade de todos, exigência dos sacramentos de iniciação cristã. Para isso deve favorecer efetivamente a “corresponsabilidade eclesial” de todo cristão. Além disso, requer uma clara vontade de colocar, mediante a conversão pastoral, as estruturas administrativas e evangelizadoras da Igreja a serviço da vocação e missão do povo cristão e do serviço à sociedade[9]. Nenhuma pastoral pode pensar-se como compartimento fechado que basta a si mesmo. A eclesiologia do Vaticano II e a pastoral orgânica que dela se deriva é o marco bíblico-teológico apropriado para entender a Palavra de Deus que a Sagrada Escritura consigna não é propriedade de “uma pastoral”, isto é, não pode ser concebida como objeto específico de “uma pastoral” justaposta a outras pastorais.
Se a Palavra é Vida nova com que a Cabeça nutre o seu Corpo para que viva em comunhão com ele e mediante ministérios e carismas proclame o Reino, o acesso a Palavra é um direito de todo o povo de Deus, fieis leigos e pastores. Prescindir a Vida da Cabeça é renunciar a vinculação com Jesus Cristo e ao anúncio da Boa nova.
A partir dessa eclesiologia, que sustenta a pastoral orgânica, chegou o momento de precisar o que é a “animação bíblica da pastoral”.

 C-  Identidade da Animação bíblica da pastoral (ou ABP)
A finalidade da “pastoral bíblica” é a mesma que teve Jesus com os discípulos de Emaús quando explicou-lhes as Escrituras e partiu-lhes o Pão: familiarizá-los “com a profundidade da Redenção”[10]. A “pastoral não está para oferecer a Sagrada Escritura, senão a Palavra de Deus que essa contém ou consigna e é a que redime.
A convicção profunda que sustenta a animação bíblica da pastoral é que o texto sagrado, por sua própria natureza, é um acontecimento de comunicação ao serviço da revelação divina: Deus, por Jesus Cristo, se oferece a todos os homens em diálogo de comunhão para a salvação de todo o que se abre a tal dom[11]. A Palavra nos leva a um melhor conhecimento de sua obra e sua pessoa, e enquanto Palavra de Deus e “plenitude da revelação divina” manifesta o mistério e a vontade do Pai, a quem não se conhecer senão por seu Filho, Palavra feita carne[12]. As Escrituras que consignam a Palavra de Deus criam o encontro com o Senhor em quem, de verdade, a escuta e obedece[13] .
Como a Palavra de Deus é Jesus Cristo que salva e que a Sagrada Escritura por autoridade e inspiração transmite, a “pastoral bíblica” não pode ser uma a mais, entre as outras pastorais que a Igreja oferece para evangelizar. A Palavra de Deus está chamada a ser a alma de toda a pastoral ou a seiva que nutre de vitalidade salvífica a atividade evangelizadora da Igreja. Nas palavras de BENTO XVI, está chamada a ser “o coração de toda a atividade eclesial”[14].
 O que faz presente Jesus e o seu Reino, com sua força de redenção, não são “as pastorais”, por efetivas e organizadas que sejam, mas a escuta fiel da Palavra do Senhor e o abrir a vida à sua Vida pelos sacramentos. Porque a Palavra de Deus é fonte de salvação, o primeiro compromisso da Igreja é escutá-la; somente então, a Igreja chamada “a anunciar a Palavra que salva (cfr. Rm 1, 14)”[15]. Por isso sua irrenunciável missão de oferecer o encontro pessoal e comunitário com a Palavra de Deus que a Bíblia contém[16]. E porque somente a Palavra de Deus, Jesus Cristo, é quem salva, a oferta tem que dirigir-se a todos, não somente aos interessados em constituir uma pastoral que se ocupe da Bíblia.
Para que a Palavra de Deus consignada na Sagrada Escritura seja anunciada a todos e constitua-se na alma da evangelização, a chamada “pastoral bíblica” deve mudar de enfoque. Embora seu objeto seja a difusão e o conhecimento “da Bíblia” reduz-se aos interessados nos livros bíblicos e nas questões bíblicas do momento. O enfoque tem que ser distinto: como a Palavra de Deus que a Sagrada Escritura transmite é salvação para todo o que crê, a Bíblia é sujeito – e não objeto – da evangelização e, ao mesmo tempo, fundamento e sustento das atividades pastorais da Igreja. Dito de outra maneira: se a Sagrada Escritura consigna “o depósito sagrado da Palavra de Deus” [17]que deve ser proclamada a todos os homens e em toda circunstância (2Tm 4, 2), ela, necessariamente, tem que estar inspirando, sustentando e dando conteúdo à evangelização, e a pastoral orgânica a seu serviço. Essas, sem a Palavra de Deus (como sem a Eucaristia), se tornam vazias de significado e vida.
Portanto, porque a Escritura contém a Palavra de Deus é fundante e transversal  a todas as pastorais e é fonte e conteúdo da missão da Igreja, enviada a suscitar e acompanhar o discípulo missionário. A Palavra de Deus que a Bíblia transmite é a seiva que tem que correr pelo tronco da Igreja e por todos os ramos, produzindo os frutos que Deus quer. Por isso, onde exista pastoral, “aí deverá estar a Escritura com sua multiforme presença, tão rica e pedagógica” [18].
Se desse modo compreende-se a “pastoral bíblica”, sua mudança de nome é uma necessidade. Ao invés de pensar na “pastoral bíblica”, entendida “a Bíblia” como objeto de uma pastoral específica, deve se pensar na Escritura como fonte de evangelização. Nisso se funda seu novo nome de animação bíblica da pastoral[19] ou animação bíblica de toda a pastoral ordinária e extraordinária[20] como também pode ser chamada animação bíblica do discipulado missionário. A Sagrada Escritura, enquanto consigna a Palavra que salva, está chamada a ser a alma e o coração da missão evangelizadora,[21]  uma privilegiada mediação do encontro com Jesus Cristo vivo, de onde brota “uma autêntica conversão e uma renovada comunhão e solidariedade” [22].


Em síntese:
§  Se o movimento bíblico se ocupou da difusão de bíblias e do conhecimento dela entre os católicos,  pela penosa situação desses em relação com o mundo protestante e evangélico, e
§  Se a pastoral bíblica tinha por objeto de sua atividade a Bíblia e se apresentava como uma pastoral a mais entre as diversas pastorais que se criavam para evangelizar.  
§  A animação bíblica quer que a Palavra de Deus que a Sagrada Escritura transmite, seja – na pastoral orgânica da Igreja – “a seiva” e “o coração” que torna realidade o encontro com Jesus Cristo em todas as instâncias pastorais.
Precisamente par isso BENTO XVI escreveu sua Exortação Apostólica Verbum Domini, “para valorizar a Palavra divina na vida da Igreja” de forma que seja “fonte de constante renovação” e “cada vez mais o coração de toda atividade eclesial”[23].

2.- Formação dos cristãos e Palavra de Deus
A animação bíblica da pastoral do Povo de Deus exige cristãos bem formados nas Sagradas Escrituras, particularmente os que desempenham serviços e ministérios na Igreja. Pensa-se de modo especial nos catequistas. E isso, não porque os fieis cristãos somente sejam objetos da animação bíblica, senão também, pelo fato de que, por seu Batismo e Confirmação, são verdadeiros membros do Povo de Deus e, por isso mesmo, protagonistas do anúncio da  boa nova do Reino.
O novo Povo de Deus é a comunidade dos discípulos de Jesus dotado de ministérios e carismas (Rm 12, 6-8; 1Cor 12, 4-10.28-31; 1Pd 4, 10-11),[24] onde em virtude de sua pertença real a ele, cada membro torna-se partícipe da função sacerdotal, profética e real (ou pastoral) de seu Senhor Ressuscitado[25] .
 A este Povo de Deus, localizado no mundo e dotado dessas funções, corresponde a missão de testemunhar que Jesus de Nazaré – enquanto Messias e Filho de Deus (Mc 1, 1) – é a Boa Nova do Pai que faz presente seu Reino (At 1, 18), suscitando a comunhão dos homens com Deus e dos homens entre si[26]. A comunidade de Jesus, portanto, desde sua fundação, “é toda ela missionária e, cada um em seu próprio estado de vida, está chamado a dar uma contribuição incisiva ao anúncio cristão”[27]. Por isso que não somente bispos e sacerdotes sejam os protagonistas da missão confiada, mas também – e por direito próprio – os fieis leigos, porque são parte no novo Povo de Deus em razão do Batismo.
Por pertencer a Igreja, viver inserido no mundo e gerir as realidades seculares, o serviço próprio que o leigo tem que prestar é a animação bíblica das culturas e da sociedade, partindo de sua vida pessoal e familiar.
Por isso a necessidade de centros de formação para leigos e missionários nos quais “se aprenda a compreender, viver e anunciar a Palavra de Deus”[28]. Os três últimos verbos empregados apontam não somente a centros que formem no conhecimento e interpretação da Bíblia (compreender), mas também a que ensinem a atualizar na própria existência pessoal e familiar a Palavra de Deus (viver) e a testemunhar a Palavra de vida a todos os homens (anunciar).
Desse modo, pelo desempenho autenticamente cristão dos leigos no mundo, a Palavra de Deus pode ser para todos sua “rocha” e seu “farol” [29].

II. Como organizar a ABP na vida e na missão da Igreja?

3. As estruturas pastorais da Igreja

1.1 Nível diocesano

§  Bispos e seus delegados (cf.  Pastores Gregis, n. 15 de João Paulo II).
§  Equipe de ABP (ou equivalente). Que esteja presente nas diversas realidades: gênero, estado, setores, etc. Que preste serviços as paróquias e aos movimentos e instituições. Que tome contato com as diversas expressões de Pastoral Bíblica presentes na diocese.
§  Paróquias. Também tem sua própria equipe como a anterior. Que tenha pelo menos um delegado para conectar-se com a equipe diocesana.

1.2 Nível nacional

§  Criação da seção de ABP com seu respectivo Bispo ou Comissão Episcopal. Deveria ser independente de outras comissões.
§  Equipe de apoio que represente o melhor possível, a realidade da nação (semelhante ao que se indicou para a comissão diocesana). É importante que se integrem pastoralistas e biblistas-exegetas junto àqueles que têm a experiência da animação bíblica da pastoral de maneira concreta e cotidiana. Deverá existir um ministério de unidade: tomar contato e ponderar as diversas tarefas que já se realizam no país. Fazer um elenco das tarefas de todos e fazê-las conhecer. Ajudar a partilhar recursos e esforços. Priorizar o serviço nas zonas mais desprovidas ou excluídas.
§  Reunião anual dos delegados diocesanos da ABP. Propiciar uma reunião anual onde possam participar as equipes diocesanas (ou pelo menos algum delegado) e os diversos âmbitos que trabalham na ABP na nação. Aproveitar este espaço como uma instância de conhecimento, intercâmbio fraterno e formação. Além dos temas, especificamente bíblicos, seria importante fortalecer os temas que em  nível de Igreja e de país vão se desenvolvendo.



1.3 Nível latinoamericano

§   CEBIPAL DO CELAM: Centro Bíblico Pastoral para a América Latina e Caribe do Conselho Episcopal Latinoamericano.
§   FEBI-LAC: Federação Bíblica Latinoamericana. Encontros do comitê executivo e encontros regionais.
§   CLAR: Conferência Latinoamericana e Caribenha de Religiosos. Plano Global

1.4 Vida consagrada: congregações, províncias.

1.5 Movimentos apostólicos, novas comunidades laicais e CEBS

1.6 Outros âmbitos ou instituições com alcance nacional e ou latinoamericano.


2. Estratégias para a implementação da ABP nas estruturas pastorais da Igreja

2.1 Plano

. A nível nacional
§  A comissão nacional, junto com os delegados nacionais, prepara um plano de ABP. O ideal é fazê-lo no contexto de um Congresso ou Encontro nacional de ABP.
§  Considerar as orientações latinoamericanas.
§  Adaptação à realidade social e eclesial do país.

. A nível diocesano
§  A Comissão diocesana elabora um plano trienal de ABP considerando seu contexto social e eclesial próprio, assim como suas linhas pastorais específicas.
§  Convocam-se todas as paróquias, pequenas comunidades, movimentos, congregações.


2.2 Apoio fraterno entre as Igrejas Particulares

. Serviço do CEBIPAL-CELAM

§  Cada três anos realiza-se um Encontro Latinoamericado de ABP convocado pelo CEBIPAL-CELAM.
§  Neste encontro se avalia o caminhar latinoamericano, a partir daquilo que apresentam as Conferências Espiscopais, e – a partir do discernimento – se projetam os anos seguintes.
§  O CEBIPAL se encarrega, por delegação das Conferências Episcopais, das tarefas de caráter latinoamericano (não eventos locais): workshops, materiais, sessões de estudo, comunicação. Para isso administra recursos econômicos.
§  Motiva-se as dioceses ou países que todavia não entram no caminho da ABP.




. Serviço da FEBIC-LAC

§  A FEBIC-LAC faz de seus encontros latinoamericanos e regionais ocasiões para retomar o compromisso de seus membros com a ABP e promove uma reflexão que permita dar novos passos a esse respeito.
§  Motiva-se os membros que todavia não entraram no caminho da ABP.
§  A FEBIC-LAC dá apoio as iniciativas da ABP de seus membros, serve de enlace com as experiências que surgem em outros continentes, partilhando com eles os progressos da ABP na América Latina.

2.3 Os recursos humanos e materiais são necessários para a implementação da ABP
§  Formação específica de agentes:
·        Ordinária.
·        Extraodinária.
§  Elaboração de material

2.4 Sugestões de tempos e atividades oportunas para a implementação da ABP
§  Missões.
§  Ano litúrgico.
§  Retiros espirituais.
§  Assembleias pastorais.
§  Celebrações eclesiais.
§  Semanas bíblicas e ou teológicas.
§  Escolas de formação bíblica.

2.5 Processo de transferência a outras áreas pastorais

§  Estabelecer diálogo a partir da ABP com cada uma das áreas pastorais específicas para que se nutram da Palavra.
§  Apoios concretos que podem ser dados a cada uma das áreas pastorais.
§  Enriquecimento da ABP a partir da experiência particular de cada área pastoral.


2.6 Avaliação e retorno criativo da ABP: uma ABP que se repensa a partir da experiência

§  A avaliação como atitude de constate apredizagem.
·         A revisão constante é uma atitude evangélica.
·         Avaliam-se os processos, as pessoas, os meios, as realizações, as deficiências.
·         Escutam-se novos chamados da realidade.
·         É importante entender a avaliação como oportunidade de crescimento na compreensão da ABP.
·         A avaliação ajuda a assinalar as novas rotas para a ABP.

§  Tempos especiais de avaliação.
·         Cada atividade.
·         As equipes: anualmente. Oxalá no meio de uma jornada espiritual.

§  Canalizar os resultados das avaliações.
·         Às equipes responsáveis.
Ao CEBIPAL e à FEBIC: nas reuniões que se convocam em nível regional e latinoamericano servirão de reflexão e de propostas para os novos núcleos temáticos a serem aprofundados e encaminh



[1] ConcÍlio Ecumênico Vaticano II, Dei Verbum, capítulo VI.
[2] Concilio Ecumênico Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, nn. 24.35.51.54.
[3] PontifÍcia Comissão Bíblica, A interpretação da Bíblia na Igreja, p. 118.

[4] Concilio Vaticano II, Dei Verbum, n. 21.
[5] M. De França, Aparecida: a hora da América Latina, São Paulo 2006, 32; cfr. 32-34. Cfr. A. Brighenti, Reconstruyendo la esperanza. Cómo planear la acción de la Iglesia en tiempos de cambio, México DF. 2001, 33-43.
[6] «Nos referimos, para mencionar alguns, ao clericalismo, aos intentos de voltar ao passado, a leituras e aplicações secularizadas da renovação conciliar, a ausência de autocrítica, de uma autêntica obediência e de exercício evangélico da autoridade, aos moralismos que debilitam a centralidade de Jesus Cristo…», Consejo Episcopal Latinoamericano, Síntesis de los aportes recibidos para la V Conferencia General del Episcopado Latinoamericano, Bogotá 2007, n. 79; ver n. 83. Cfr. Documento de Aparecida, n. 100b.
[7] Documento de Aparecida, nn. 169 e 99g.
[8] Documento de Aparecida, n. 371; cfr. n. 169

[9] Documento de Aparecida, nn. 365-366.
[10] João Paulo II, Redemptor hominis, n. 10.
[11] Bento XVI, Verbum Domini, n. 45
[12] Bento XVI, Verbum Domini, n. 73.
[13] Bento XVI, Verbum Domini, n. 87.
[14] Bento XVI, Verbum Domini, n. 1; a Palavra de Deus é o coração mesmo da vida cristã (n. 3) e deve ser acolhida no coração dócil e orante de cada crente (nn. 66; 80). Cfr. Sínodo dos Bispos, Instrumentum laboris, nº 32, onde se pede «uma pastoral continuamente animada pela Biblia»; Idem, Relatio post disceptationem, parte III, onde se pede que a Palavra de Deus seja “a alma de toda a pastoral”.

[15] Bento XVI, Verbum Domini, n. 95; cfr. nº 91.
[16] Bento XVI, Verbum Domini, nn. 90-93.
[17] ConcÍlio Ecumênico Vaticano II, Dei Verbum, nn. 9.10
[18] C. Mora, Nuevas formas de leer la Biblia en la Iglesia, México D.F. 1998, 118.
[19] Documento de Aparecida, n. 248; cfr. 99a.
[20] Bento XVI, Verbum Domini, n. 73; cfr. Sínodo dos Bispos: Propositio, n. 30.
[21] Documento de Puebla, n. 372.
[22] João Paulo II, Ecclesia in America, nº 12.

[23] Bento XVI, Verbum Domini, n. 1
[24] O Espírito Santo que confia os diversos ministérios à Igreja-Comunhão a enriquece também co carismas e impulsos particulares “seja enquanto expressões da absoluta liberdade do Espírito que os doa, seja como resposta as múltiplas exigências da história da Igreja”, João PaUlo II, Christifideles laici, n° 24; cfr. ns° 21-23.
[25] Quando se fala “da função sacerdotal” do laico, trata-se do “sacerdócio comum dos fieis” (Rm 12,1-2), que não é de grau inferior ao sacerdócio ministerial, mas uma realidade distinta com função diversa.
[26] João Paulo II, Christifideles laici, n. 8: a Igreja “é mistério porque é amor e a vida do Pai, do Filho e do Espírito Santo são o dom absolutamente gratuito que se oferece a quantos nasceram da água e do Espírito (cfr. Jo 3, 5), chamados a reviver a comunhão mesma de Deus e a manifestá-la e comunicá-la  na história (missão)”.
[27] Bento XVI, Verbum Domini, n. 94.

[28] Bento XVI, Verbum Domini, n. 75.
[29] Documento de Aparecida, nn. 147 e 181